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Nesses meses em que estamos experimentando essa nova forma de viver e conviver, com distanciamento social, anúncios de mortes e contaminações pelo coronavirus, promessas de vacinas e anúncios de remédios milagrosos como hidroxicloroquina e mais recentemente o ozonioterapia, além do ivermectina, este muito eficiente como vermífugo para bovinos. São os assuntos em voga há vários meses. Não se fala em outra coisa nos noticiários. Neste espaço, já tentei trazer outros temas: governo Bolsonaro e seu cercadinho polêmico, reforma tributária, STF e suas decisões polêmicas, atribuição de culpa para a crise política, desmerecimento das instituições, etc. Entretanto, houve mudança, pelo menos em parte, nesses assuntos.
O presidente deu-se conta, ou foi avisado disso, de que a melhor estratégia não era ele próprio bater de frente contra tudo e contra todos. Conhecemos agora o Bolsonaro "paz e amor". Lembram? Essa estratégia, mais o auxílio emergencial deferido a cada mês e parece que prolongado, está levando Bolsonaro a uma aceitação, sem precedentes, inclusive no Nordeste. A oposição simplesmente desapareceu. O presidente reina sozinho e tranquilo. As brigas ficaram para os aliados e seus filhos.
Como todos esses assuntos estão sendo repetitivos, resolvi hoje me ocupar de algo muito mais inspirador, embora, reconheço, mais doméstico. É que, no Hospital de Caridade, dia 3, nasceu uma menina, com 24 semanas (seis meses) de gestação, com 20 cm e 475 gramas. Mais um milagre da vida e o profissionalismo de todos que participaram dessa luta. Médicos, obstetras, ginecologistas, pediatras, cardiologistas, infectologistas, anestesistas, assistidos por enfermeiras e técnicas em enfermagem, fisioterapeutas, psicólogas, cujos nomes não declino porque não estou autorizado.
Até aqui, 50 dias de internação hospitalar. Esses profissionais, nesse tempo, oportunizaram a que esse pequeno ser humano chegasse ao mundo dos adultos. Pode ser que o seu crescimento encontre um mundo melhor para se viver. Mais humanidade, solidariedade, compreensão e que ela possa dizer, em algumas décadas, que o mundo não mais é o mesmo em que viveram seus pais e avós enquanto ela crescia.
Seus pais, Rafael Zancan e Bianca Pereira, estão felizes e esperançosos de que tudo ocorra da melhor forma e que todos possamos comemorar a vida e a felicidade de viver. Deram a ela o nome de Helena. Não sei a motivação. Imagino, porém, que a exemplo da Helena de Troia, seja uma linda menina, como foi a da mitologia grega, considerada a mulher mais bonita na Grécia.
Presenciando esse fato, mais e mais a minha convicção aumenta de que a esperança é a mola propulsora de qualquer objetivo que se busque. Ao lado dos recursos científicos e tecnológicos, a esperança e a fé jamais devem ser preteridas ou diminuídas porque são elas que nos mantém vivos e com vontade de viver. Viver para presenciar o milagre da vida e a felicidade que a vida nos proporciona.
Eu tenho fé e esperança em tudo que possa ser melhor, sem jamais desistir. A propósito, Helena é minha neta.